Por Renata Giovinazzo Spers
Pesquisa indica as competências para os gestores que deverão se tornar cada vez mais relevantes daqui para a frente.
Quais competências serão importantes para o administrador até 2030? Como o gestor deverá se preparar para lidar com os desafios do futuro?
Essas questões são relevantes, pois impactam a decisão individual de formação dos futuros tomadores de decisão, o direcionamento de investimentos em recursos humanos nas organizações, assim como as competências a serem desenvolvidas para formar esse profissional de sucesso.
Antes de avançarmos no tema, cabe destacar que o futuro não existe, ele será criado, havendo, portanto, múltiplas possibilidades. Ademais, o futuro será construído em ambientes cada vez mais complexos e dinâmicos. Diante de cenários de grande incerteza e volatilidade em que vivemos, torna-se ainda mais valioso lançar mão de métodos estruturados de análise de tendências, que nos permitam identificar os futuros possíveis e plausíveis. Assim, o principal objetivo de analisar as tendências futuras não é acertar, mas melhorar a qualidade de decisão hoje, considerando vários futuros possíveis, em âmbito individual ou organizacional. Essa análise também tem o importante papel de subsidiar a criação de uma visão de futuro e a partir daí a definição de um plano de ação.
Assim, podemos dizer que há competências para os gestores que deverão se tornar cada vez mais relevantes até 2030, ao passo que outras deverão perder importância diante de um novo contexto. Pesquisa com especialistas realizada na FIA mostra que a adaptabilidade a novos cenários e situações será a principal competência do administrador em 2030 – inclusive essa competência já vem se mostrado prioritária há alguns anos e certamente foi reforçada com a pandemia.
Na sequência, os especialistas indicam a inteligência social e emocional, assim como a criatividade para solução de problemas e desenvolvimento de novos produtos, serviços e modelos de negócios como competências importantes para o administrador do futuro.
Visão estratégica do negócio, considerando o uso de inteligência artificial e cultura digital também serão cada vez mais relevantes.
Por outro lado, conhecimento de modelos de decisão se tornam menos importantes na medida em que a tecnologia, incluindo a inteligência artificial, oferecerá alternativas para apoiar o gestor em seu processo decisório.
Seja qual for o cenário futuro, outra tendência que deverá se reforçar é a de lifelong learning. Isso significa que devemos focar na capacidade de aprendizado contínuo como competência, tanto para indivíduos, como organizações serem bem-sucedidos no futuro.
Essa pesquisa foi realizada no contexto brasileiro, mas está muito alinhada com pesquisas internacionais, como da World Economic Forum, que destaca as seguintes competências como emergentes e relevantes nos próximos anos: capacidade de inovação, criatividade, aprendizado ativo e contínuo, liderança e influência social, pensamento crítico e analítico, resiliência, tolerância ao stress, flexibilidade e inteligência emocional, todos soft skills necessários para o profissional lidar com desafios. Como hard skill, a pesquisa internacional destaca conhecimento de design de tecnologia e programação. Para os gestores é importante que conheçam como utilizar a tecnologia de forma mais produtividade e alinhada aos objetivos estratégicos da organização.
Embora não tenhamos uma bola de cristal para mostrar como 2030 será, essas análises de tendências nos oferecem informações valiosas sobre possibilidades futuras, que nos ajudam a tomar uma melhor decisão no presente. Nos apoiam no desenvolvimento de competências individuais e organizacionais rumo ao futuro desejado.
Artigo publicado em 24/01/2022, no Blog O Especialista
https://oespecialista.com.br/opinioes/desafios-e-competencias-para-o-administrador-do-futuro