MERITOCRACIA E CAMINHO TRILHADOS POR ALTO EXECUTIVOS

A meritocracia é um princípio o qual preconiza que o sucesso deve ser alcançado com base no mérito individual, ou seja, na habilidade e no esforço que uma pessoa coloca em suas realizações. Essa ideia é frequentemente associada a altos executivos e profissionais bem-sucedidos, que são vistos como exemplos de como a meritocracia pode funcionar na prática.

Embora a meritocracia seja frequentemente apresentada como um modelo ideal para alcançar o sucesso e a ascensão profissional, é importante reconhecer que a realidade é muito mais complexa e desigual. Enquanto o mérito pode ser um fator importante na determinação do sucesso individual, é essencial reconhecer que muitos outros fatores influenciam a trajetória e caminhos trilhados por altos executivos e o sucesso profissional. 

O sucesso individual pode ser influenciado por muitos outros fatores além do mérito. Por exemplo, questões como saúde mental, acesso a recursos e oportunidades, apoio social e muitos outros fatores podem afetar a capacidade de alguém de ter sucesso em sua carreira. Negar ou minimizar esses fatores pode levar a uma visão excessivamente simplista e injusta da meritocracia.

Mesmo quando o mérito é um fator significativo na promoção de executivos, o próprio conceito de mérito pode ser problemático. A noção de que o mérito é a única coisa que importa pode levar a uma visão estreita de quais habilidades e traços de personalidade são valorizados. Isso pode levar a um cenário em que apenas um tipo particular de pessoa é considerado “digno” de avanço, enquanto outras habilidades e perspectivas valiosas são desconsideradas.

Problemática da Meritocracia:

Portanto, essa visão simplista da meritocracia obscurece muitas das complexidades e desigualdades que existem no mundo corporativo e na sociedade em geral. Embora seja verdade que muitos altos executivos tenham alcançado sua posição por mérito, é igualmente verdade que muitos outros fatores influenciam a trajetória profissional.

A própria ideia de “mérito” é frequentemente baseada em suposições problemáticas. Por muitas vezes se assume que a inteligência, a habilidade cognitiva e a capacidade de trabalhar arduamente são inatas, em vez de serem influenciadas por fatores como acesso a oportunidades educacionais e culturais. 

Por exemplo, pessoas de diferentes classes sociais e culturais podem enfrentar barreiras estruturais que limitam suas oportunidades de sucesso. Além disso, muitas vezes o acesso a oportunidades de emprego e a promoções é influenciado por redes de contatos e conexões pessoais, que muitas vezes são exclusivas para aqueles que já estão em posições de poder e privilégio.

Também, a ideia de meritocracia pode ser usada para justificar a desigualdade social existente, sugerindo que aqueles os quais não alcançaram o sucesso simplesmente não trabalharam duro o suficiente ou não têm as habilidades necessárias.

Equidade X Meritocracia

Em relação à meritocracia, a equidade pode ser vista como uma abordagem complementar. Enquanto a meritocracia se concentra em recompensar aqueles que alcançam o sucesso com base em seu mérito individual, a equidade se concentra em garantir que todos tenham as mesmas oportunidades de competir e alcançar o sucesso. Em outras palavras, a equidade reconhece que a igualdade de oportunidades é um pré-requisito para que a meritocracia possa funcionar de forma justa e equitativa.

Portanto, ao contrário da meritocracia, que pressupõe que o sucesso é alcançado com base no mérito individual, a equidade reconhece que nem todos começam do mesmo ponto de partida e que existem desigualdades estruturais que impedem que algumas pessoas tenham as mesmas oportunidades que outras. Por essa razão, a equidade se preocupa em criar políticas e práticas que garantam que todos tenham as mesmas oportunidades de alcançar o sucesso, independentemente de sua origem ou circunstâncias.

Então, uma empresa que valoriza a equidade pode estabelecer políticas para garantir que seus processos de seleção sejam justos e imparciais, eliminando vieses inconscientes que possam favorecer determinados grupos em detrimento de outros. Além disso, a empresa pode investir em treinamentos e capacitações para seus funcionários, a fim de nivelar as habilidades e garantir que todos possam competir igualmente.

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